Através dos Olofotes
- Estela Guedes
- 17 de mar. de 2017
- 4 min de leitura
Ooi Divas, hoje eu vou falar sobre uma das minhas paixões. A Dança, como vocês devem saber sou bailarina e dançarina de jazz formada desde dezembro de 2015 (nossa parece que foi a uns meses atrás). Eu não me arrependo de todos os anos que me dediquei a esta arte maravilhosa.

Nesta postagem vou falar apenas sobre o ballet clássico, não tem como eu falar tudo porque é muita coisa mesmo.
Muitos acham que o ballet é uma coisa muito fácil, leve e que não exige força. Eu digo e afirmo, você pode a partir de agora ter a plena noção que você não sabe extremamente nada sobre isso!
Esse é um dos assuntos que mais gosto de falar, por mais que vocês achem que bailarina não sofre. Ela sofre, chora, sente dores horríveis, quebra algumas parte do corpo, se lesiona várias vezes, rompe ligamentos, sofre por inúmeras pressões, passa horas as vezes apenas fazendo uma sequência pequena de movimentos, entre muitas outras coisas.
Nossa que absurdo, neh. Temos que ter ciência que a nossa única melhor amiga é a dor, porque a dor e a bailarina andam sempre de mãos dadas. Lembre-se quando você for assistir a alguma apresentação, vídeo, filme ou alguma outra coisa, não se esqueça que ela ralou muito para chegar a perfeição para apresentar alguma coisa para uma pessoa que ela nem conhece e que ela só quer ver e sentir que gostaram então naquele dia ela pode ter certeza que fez alguém feliz então ela cumpriu seu papel. Ai volta tudo de novo para fazer cada vez melhor, ai eu te pergunto. Você passaria por tudo isso ainda por uma pessoa que você não conhece, não tem contato e nunca mais vai ver na vida. Você passaria por tudo isso?
E se alguém te falar que dor é psicológico ou que passa depois de um tempo ele esta muito errado. O máximo que acontece é que você aprende a suportar algumas, então elas fica um pouco mais leves. Bailarina esta sempre todo santo dia se pondo a desafios, sempre tentando estar melhor.
Mas não é todas as apresentações que vamos bem, acontece uma série de coisas que temos que enfrentar. Cabelo impecável porque nada pode acontecer no meio da coreografia, figurino tem que estar tudo certo para dar o efeito necessário, rezar para não cair em nenhum giro, escorregar em nada, que Deus ajude para a pessoa do som colocar a música certa e que ela não falhe em nenhuma parte da coreografia (é horrível quando a música para), ... Nossa é tanta coisa, tanta preocupação, se o nosso psicológico falasse kkkkkkkk
Aprendi muita coisa na dança, uma delas foi que pé de bailarina nunca vai ser bonito kkkkk Mas é muito bom não me arrependo de nenhum ano que passei me dedicando a dança. Ainda mais quando se forma é uma sensação maravilhosa, você começa a refletir sobre todas as coreografias, tudo que te fez feliz é realmente muito bom. Eu comecei a fazer ballet desde pequenininha, tem história pra caramba kkkk
Claro que nem tudo é mil maravilhas, vou falar de algumas coisas.
Eu estudava a tarde e tinha ballet de manhã e a noite jazz, ensaios de fim de semana e a maioria dos feriados (principalmente perto de festival). Tirando as aulas que fiz de contemporâneo, pilates, street (foi pouco), dança do ventre não foi feito para mim kkkk.
Depois de tantos treinos, bolhas, pé sangrando, dores no corpo todo, ... depois de tanto esforço chegava o dia do festivel, não importa se é o primeiro ou o 109º a sensação não muda. É uma correria danada no camarim, você vê de tudo principalmente gente gritando, chorando ou se alongado. Você pode estar morrendo, mas na hora que você se aproxima da cochia (pano preto nas laterias do palco), vem um nervoso, várias emoções misturadas e principalmente vontade de ir ao banheiro. Na hora que você tem que entrar e vê a platéia e as luzes, nossa tudo some e eu me entregava de corpo e a alma. Ai quando saia do palco e entrava na cochia ou você se joga no chão de madeira ou sai correndo desesperadamente atropelando todo mundo para se trocar para a próxima coreografia e você tem 5 minutos.Acontece tanta coisa atrás do palco e ao lado que vocês nem imaginam.
No palco parece tudo lindo e maravilhoso, no palco é mesmo (claro que não todas as vezes, porque pode acontecer de tudo em palco principalmente música parar) mas quando sai do palco, parece outro mundo kkkk
Como não é tudo sempre flores, tem vários que tudo é ao contrário.
Nossa tem hora que de tanto treinar você não aguenta mais o peso de seu próprio corpo, no dia seguinte quando acorda você reza para conseguir levantar da cama. Tem dia que dá tudo errado, você erra tudo, cabeça falha, perna falha, você não consegue girar, você nunca tem a certeza de como estará no dia seguinte. Tem hora que você esta sozinha e senta no chão, o chão fica tão confortavel por estar gelado e começa a vim mil coisas na cabeça e você começa a chorar, pensa em desistir.
Nossa quantas vezes eu chorei sozinha, mas sempre vinha uma força interna e eu continuava.Pensava em tudo que eu estava passando e já tinha passado e via que puta merda sou muito forte. Essa força é bem diferente de força de físico (corpo).
Roupa que não fechava e quebrava ziper, figurino que não estava pronto e tinha festival no dia seguinte, nossa kkkkk mil coisas
Mas foi muito bom, porque além da dança me ensinar a ser forte, me ensinou a conhecer meu próprio corpo, me deu postura e disciplina, delicadeza, leveza, flexibilidade e agilidade, como também raciocínio rápido e ter facilidade em gravar as coisas. Me deixou mais atenta a detalhes e muito mais. As experiências que obtive vou levar sempre comigo.
Vida de bailarina não é sofrida, o segredo é amar oque você faz. Se você ter amor, conseguirá enfrentar e passar por tudo.
É lindo depois olhar os vídeos e ver que era eu dançando, ver tudo que fiz e ir olhando os outros e perceber as mudanças.
Então já falei um pouquinho e gostei muito. Espero que tenham gostado, minhas divas lindas lembrem-se tudo que fazemos com amor é melhor, um beijo.
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